Relatório sugere que a criação de empregos será impulsionada, principalmente, pela transição verde das organizações – mas que ainda faltam profissionais qualificados para ocupar as vagas que estão surgindo. Confira matéria da Exame.
Até um quarto dos empregos deve se transformar nos próximos cinco anos, com 69 milhões de novos postos de trabalho criados e 83 milhões eliminados. Esta é a principal conclusão da edição mais recente do tradicional relatório The Future of Jobs, elaborado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial com o objetivo de mapear tendências de mercado e traçar um panorama global dos empregos e habilidades do futuro.
Para a edição de 2023, o órgão ouviu 803 empresas de 27 setores em todas as regiões do mundo. Juntas, elas empregam mais de 11,3 milhões de trabalhadores.
“Os maiores efeitos na criação de empregos vêm das tendências ambientais, tecnológicas e econômicas. Espera-se que os efeitos mais fortes de criação líquida de empregos sejam impulsionados por investimentos que facilitem a transição verde das empresas, com mais da metade dos entrevistados esperando que isso aconteça”, destaca o documento.
Profissões do futuro
Em meio ao rápido avanço das ferramentas de inteligência artificial, a “adoção de novas e avançadas tecnologias” apareceu no topo da lista de tendências com potencial de transformar os empregos nos próximos anos. Depois dela, a pesquisa cita a “aplicação mais ampla de padrões ambientais, sociais e de governança (ESG)” e o “aumento do custo de vida para os consumidores”.
Não à toa, especialistas em inteligência artificial e especialistas em sustentabilidade aparecem no topo do ranking de profissões do futuro – aquelas que devem gerar mais vagas até 2027 – elaborado pelo estudo.
“As macrotendências, incluindo a transição verde, os padrões ESG e a localização das cadeias de suprimentos, são os principais impulsionadores do crescimento do emprego […] Entre as macrotendências listadas, as empresas preveem que o efeito líquido mais forte na criação de empregos será impulsionado por investimentos que facilitem a transição verde das empresas, pela aplicação mais ampla de padrões ESG e pela localização das cadeias de suprimentos”, diz outro trecho do relatório.
A previsão vai de encontro à principal conclusão de um estudo recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que apontou que a consolidação da economia verde tem potencial para gerar um saldo positivo de 15 milhões de empregos na América Latina até 2030. Somente no Brasil seriam 7,1 milhões de novos trabalhos relacionados ao ESG.
A importância da atualização profissional
Em contraponto ao surgimento de oportunidades relacionadas aos setores destacados, o Fórum Econômico Mundial alerta para uma lacuna significativa entre as habilidades atuais dos trabalhadores e as necessidades futuras dos negócios.
“Seis em cada dez trabalhadores precisarão de treinamento antes de 2027, mas apenas metade dos funcionários têm acesso a oportunidades de treinamento adequadas atualmente […] Por exemplo, embora haja um crescimento contínuo de empregos verdes nos últimos quatro anos, conforme indicado por uma pesquisa adicional realizada pelo LinkedIn para o relatório deste ano, a requalificação e o aprimoramento de habilidades verdes não estão acompanhando esse ritmo”, diz o estudo.
Link da matéria: https://exame.com/carreira/3-macrotendencias-que-moldarao-o-futuro-do-trabalho-segundo-o-forum-economico-mundial/