A Diversidade, ESG e a Nova Abordagem em Recursos Humanos

A Diversidade, ESG e a Nova Abordagem em Recursos Humanos

A Diversidade, ESG e a Nova Abordagem em Recursos Humanos

Descubra como a abordagem de Meio Ambiente, Social e Governança no mundo corporativo, especialmente no RH, está se transformando nas empresas. Conheça as estratégias para promover a diversidade de gênero, tradições e orientação sexual. No seu artigo, Norberto Chadad, Presidente da Thomas Case, afirma que o novo RH é vital para a empresa do futuro, comprometido com meio ambiente, responsabilidade social e governança ética. Antecipe-se às mudanças, inove e seja parte do RH moderno alinhada com os princípios ESG.

 

Esperamos que o tema que abordamos hoje não seja apenas uma tendência passageira, mas sim que permaneça, adquirindo perenidade na cultura empresarial, especialmente nos Departamentos de Recursos Humanos. Trata-se do ESG, um conceito que tem se revelado um verdadeiro diferencial para empresas no Brasil e no mundo. ESG é uma sigla em inglês para Environment, Social and Governance (Ambiente, Social e Governança), um índice que avalia o comprometimento das empresas com o respeito ao meio ambiente, o diálogo e a adequação às comunidades ao seu redor, além da qualidade da governança, expressando o compromisso com a correção e ética dos processos e relacionamentos.

 

Dentro do conceito de ESG, o RH é o responsável direto pelas questões sociais da empresa. Estas questões estão vinculadas não estão apenas às iniciativas para serem bem vistas pelas comunidades onde operam, mas também ao cuidado para que os processos de não poluam, não esgotem recursos naturais essenciais para essas comunidades, não gerem ruídos excessivos e não comprometam a mobilidade. No entanto, a definição do “S” do ESG vai além: toda empresa deve ter um compromisso com a diversidade, incluindo dentro da sua própria estrutura.

 

Isso é evidente na questão de gênero, incentivando talentos femininos a alcançarem uma proporção equitativa de liderança entre homens e mulheres. Vale ressaltar que, nas Olimpíadas de Tóquio, as mulheres brasileiras conquistaram a maioria das medalhas, devido, em parte, à composição da delegação, que era composta por 49% de mulheres. Portanto, é crucial igualar os salários das mulheres em cargos de liderança (ou em outros postos) aos salários dos homens em condições semelhantes, uma disparidade historicamente destacada por pesquisas, como da Thomas Case, que indica uma diferença salarial de 30%, prejudicando as mulheres.

 

Além disso, há a questão étnica. É fundamental reconhecer que diferenças étnicas não implicam diferenças de capacidade. Pessoas negras, asiáticas, latinas, judias não devem ser consideradas inferiores, em termos de potencial pessoal e profissional, em comparação com membros da elite branca, caucasiana e endinheirada, como vemos acontecer, por exemplo, aos olhos preconceituosos da filmografia de até pouco tempo atrás. Não foi por acaso que o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2019 (“Roma”) foi dado ao diretor mexicano Alfredo Cuarón, e que o Oscar de melhor filme de 2020 foi dado a um filme coreano (“Parasita”), ambos tratando de famílias pobres. O preconceito mais degradante tem sido aplicado, historicamente, aos pobres, independentemente de sua etnia. Os processos seletivos de RH precisam superar esse preconceito social contra os pobres. Vale destacar que nossos medalhistas de ouro em Tóquio eram negros, nordestinos e provenientes de origens socioeconômicas modestas. Esperamos que, daqui para frente, todos possam conquistar seus sonhos e objetivos com equidade. O ESG é apenas um passo, o caminho é longo, mas acreditamos que o futuro será promissor nesse sentido.

 

Outro aspecto é a orientação sexual. Pessoas do grupo LGBTQIA+ não são melhores nem piores do que pessoas de orientação heterossexual. Elas possuem capacidades, habilidades e potencialidades como todas as outras. Suas atitudes e hábitos não interferem em seus resultados profissionais. Cabe ao RH eliminar a cortina de preconceito e suspeita que separa as pessoas.

 

Portanto, o novo RH possui obrigações com a empresa do futuro, aquela que respeita o meio ambiente, o social e a governança. É o RH que pesquisa, elabora e propõe estratégias nessas três áreas para encaminhar o CEO, que, por sua vez, apresentará ao conselho (consultivo ou deliberativo) para validação. Profissionais de RH, cuidado: se não tomarem essas providências, poderão ser cobrados pelo CEO ou pelo conselho, tendo que cumprir a tarefa sob a pressão de prazo e resultados. Portanto, antecipem-se, inovem-se e sejam o novo RH da modernidade do ESG.

 

*Norberto Chadad, presidente da Thomas Case, é Engenheiro Metalúrgico formado pelo Mackenzie, Economista pela FGV e Doutor em Alumínio pela Escola Politécnica da USP.

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