Nossa percepção em relação a trabalhar novamente ao lado de outros colegas de trabalho, de ter um lugar fixo ou uma rotina menos flexível, também será diferente. Será necessária a reconstrução das relações entre empregadores e colaboradores, desta vez de forma muito mais empática. O Estadão divulgou a reflexão feita por Jonas Ferreira, Financeiro & Compliance da Thomas Case & Associados.
Todo ciclo tem começo, meio e fim, a pandemia, por sua vez, também tem o seu e estamos na expectativa de que este esteja terminando. Com a propagação da vacinação contra a covid-19, bem como a formalização dos acordos internacionais para a compra de mais vacinas, é chegado o momento de nos prepararmos para o retorno ao trabalho de forma presencial, mesmo que de forma híbrida.
As pessoas foram pegas de surpresa, as relações que antes na sua maioria eram de forma presencial, passaram a ser virtuais. Para muitos de nós, em um primeiro momento pode até trazer diversão, mas ao mesmo tempo trouxe-nos uma imposição de trabalho diferente, onde o medo do desconhecido acarretou em uma carga emocional muito grande e afetou diretamente a saúde mental das pessoas.
Todos nós iremos nos deparar com o “novo normal”. Nada mais será como antes. Este período de reclusão serviu e ainda serve para que possamos ressignificar o sentido da vida, seja nas relações pessoais como nas profissionais.
Na realidade do ambiente corporativo, profissionais que antes da pandemia eram vistos pelas empresas como tecnicamente capacitados, possuidores de todas as competências técnicas para exercerem seus cargos, após a pandemia passarão também a serem avaliados com uma maior ênfase nas competências comportamentais, como: inteligência emocional, resiliência e adaptabilidade.
Outra reflexão recai sobre as tecnologias que temos disponíveis hoje: as que precisam ainda de investimento, as que funcionaram muito bem ou aquelas que requerem poucos ajustes para desempenharem sua função de criar técnicas de facilitação para o trabalho diário. Não há dúvidas de que o avanço da tecnologia já vinha acontecendo, no entanto se tornou imprescindível em um ano que acelerou a transformação digital e superou todas as previsões. É impossível dizer que alguém não precisou de alguma ferramenta tecnológica para resolver qualquer problema ou até mesmo se comunicar com alguém.
O retorno dos colaboradores aos seus postos de trabalho não se dará de forma única e absoluta, cada empresa está decidindo como e quando ocorrerá. Em tempos e formas distintas, voltaremos todos. E, nossa percepção em relação a trabalhar novamente ao lado de outros colegas de trabalho, de ter um lugar fixo ou uma rotina menos flexível, também será diferente.
Será necessária a reconstrução das relações entre empregadores e colaboradores, desta vez de forma muito mais empática, compreendendo a verdadeira essência das pessoas, e não só o papel que elas desempenham nas organizações, sejam líderes ou liderados. Atentar-se à saúde física e mental de quem trabalha pela companhia será a palavra de ordem.
Link da publicação no Estadão: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/a-reconstrucao-das-relacoes-pos-pandemia-voce-esta-preparado-para-a-volta-ao-presencial/