No passado, estabilidade no emprego era cumprido por fidelidade, mas hoje, empregabilidade exige mais. Ser proativo é vital. Em seu artigo, Luiz Scistowski, psicólogo e gerente de transição de carreira da Thomas Case, destaca que o profissional moderno deve ser auto gestor, investindo em si mesmo. Destacar-se é crucial, assim como cultivar habilidades emocionais. Comunicação eficaz é poderosa, tanto verbal quanto não verbal. A atualização constante é essencial, assim como dominar idiomas. Para uma carreira sólida, adote uma postura empreendedora e compromisso com crescimento contínuo. Confira!
Em um passado pouco distante, a estabilidade no emprego era assegurada por fidelidade e dedicação. Bastava uma boa dose de humildade e bons relacionamentos, em uma empresa do tipo paternalista, para que a ascensão chegasse naturalmente. Os sinais de progresso eram claros e bem definidos e, em certos casos até mesmo quem se omitia ao trabalho, mas oferecia obediência, garantia sua estabilidade na empresa.
Nos dias de hoje, para fazer parte de uma organização moderna é preciso ser mais que apenas qualificado. As habilidades de um profissional são avaliadas em todos os momentos. Muitas vezes a propria remuneração é calculada sobre produção e competência, e não mais em relação a posições hierarquicamente pré-definidas.
No atual cenário do mercado, quase todos os empregos podem ser considerados como ‘temporários’. As empresas muitas vezes contratam já sabendo que o percurso do colaborador será breve, e tudo isso vem reformulando radicalmente as relações de trabalho.
Então, como administrar sua carreira?
Inicialmente, é preciso repensar alguns valores que herdamos de uma geração formada por um modelo de trabalho paternalista e adotar uma nova postura, assumindo um comportamento proativo ante ao mercado.
É importante estar atento a novos horizontes, não ficando preso a uma empresa ou função. A empresa agora é o próprio profissional, que passou a ser o único responsável pelo desenvolvimento da sua carreira. Criar o próprio caminho significa perceber-se como um empresário independente.
E para ajudar a refletir sobre o que de fato você tem feito pela sua carreira nos últimos anos, pergunte a si mesmo:
– Venho investindo em algo que possa agregar em minha área de atuação?
– Sinto necessidade de aprender mais no trabalho?
– Eu poderia ser facilmente substituído em meu cargo e/ou função?
– O que eu faria se fosse demitido amanhã?
Suas respostas aos questionamentos acima darão indícios do quanto você vem se implicando na manutenção da sua carreira, ou ainda, se o seu futuro como profissional está entregue à sorte.
Para manter sua empregabilidade em alta, acompanhe as principais competências que podem garantir sua permanência no mercado de trabalho e sua estabilidade profissional:
Não se deixe estagnar
Assuma uma postura proativa em relação ao mercado e procure se destacar, de alguma forma, naquilo que se propõe a fazer. Se reinvente sempre, participando de diversas atividades que possam abrir um leque maior de oportunidades e novos caminhos em sua trajetória profissional.
Estar empregado é muito bom, mas ter um alto nível de empregabilidade é bem mais importante. E isso significa se manter eternamente útil ao mercado. Assim, não pense mais em empregos, mas sim em projetos de vida.
Abra novos horizontes, considerando a possibilidade de trabalhar em diferentes cidades, ou mesmo fora do país. Atualmente, os executivos globais que interagem com diversas culturas estão em alta, sendo mais cobiçados e apontados pelos especialistas como diferenciais de mercado.
QE: Suas emoções têm o comando da sua vida
Um alto QI (coeficiente de inteligência) pode até garantir a conquista de um bom emprego, mas são as habilidades relacionadas ao QE (coeficiente emocional), que irão determinar se a trajetória de um profissional será repleta de glórias ou de verdadeiras decepções.
Quem afirma isso é o famoso Psicólogo norte americano Daniel Goleman em seu bestseller Inteligência Emocional. Segundo o autor, “um alto QI contribui apenas com 20% para o sucesso de uma pessoa”. É nos 80% restantes, atribuídos a características de fundo emocional, que estaria a chave para a fama ou a ruína.
Ainda segundo Daniel Goleman, as habilidades emocionais permitem ou não a um indivíduo desenvolver uma boa gestão da sua dinâmica psíquica e, como consequência, da própria vida. Estão entre elas: a capacidade de persistir, tomar decisões precisas e estratégicas, motivar-se diante às frustrações, controlar impulsos, sentimentos, cultivar relacionamentos, enfim, ter controle das próprias emoções.
Assim, reflita sobre o seu perfil psicológico, seus sentimentos e o modo como eles influenciam suas decisões. Faça um balanço sobre a sua postura nas relações de trabalho e busque auxílio profissional – caso sinta necessidade.
Lembre-se que as suas emoções influenciam diretamente em suas decisões e em seu comportamento cotidiano, afetando significativamente seu percurso profissional.
Saber se comunicar é quesito básico
Um dos maiores poderes pessoais que podemos possuir é saber se comunicar com eficiência. A ascensão profissional, para ser atingida, não depende apenas de talento e competência, mas também da forma como nos relacionamos com os demais para alcançar as metas e objetivos. É essa habilidade pessoal, diretamente relacionada com a capacidade de comunicação, que gera credibilidade, prestígio e, como consequência, a conquista de novas oportunidades.
Na verdade, de algum modo, em todos os momentos da vida é preciso estar “vendendo o próprio peixe”. Para isso, é imprescindível saber se comunicar com eficiência, se expressando bem por escrito e oralmente. Tal capacitação é quesito fundamental para se efetuar uma apresentação com qualidade, transmitir boas ideias, influenciar pessoas, liderar equipes, preparar relatórios, desenvolver uma vasta rede de relações, criar oportunidades, enfim, sustentar quase todos os princípios que garantem uma boa atuação social.
Com isso, reavalie o seu poder de comunicação. Ele é caracterizado pelo seu nível de empatia, fluência verbal, objetividade, autoconfiança e, fundamentalmente, pela sua postura e aparência como um todo.
Segundo alguns estudos no campo da neurolinguística, a comunicação não verbal (aparência e linguagem corporal) seria responsável por mais de 80% do poder de influência de um interlocutor durante uma relação. A palavra representaria apenas 7% dessa capacidade.
Faça também uma autoanálise frente à sua aparência e postura em geral. Muitas vezes, modificar um hábito de conduta, ou mesmo um determinado aspecto comportamental, pode ser tarefa relativamente simples, trazendo resultados amplos e significativos. Vale lembrar que a vida funciona em via de mão dupla, o que nos remete a avaliar o que estamos transmitindo, para entender o que recebemos como retorno.
Constante atualização
As informações e o conhecimento serão cada vez mais importantes. Em uma época em que as mudanças ocorrem repentinamente e o saber torna-se renovável em curtos espaços de tempo, e aprender deve ser encarado como um processo para a vida inteira. Na verdade, não existe mais uma linha de chegada em relação à formação e ao conhecimento. Então, devemos investir em um processo de constante atualização.
Procure identificar novos cursos que possam servir como complementos para a sua carreira. Participe de palestras, eventos e convenções em diversas áreas e não apenas dentro de sua área de especialização.
O profissional moderno deve ter um perfil generalista sendo, ao mesmo tempo, especializado em uma determinada área. Aprenda de tudo um pouco, leia muito e nunca deixe de investir em um dos principais instrumentos que irá garantir a sua empregabilidade – o seu conhecimento.
Um ponto importante deve ser ressaltado: Em uma realidade globalizada, o domínio de outros idiomas tornou-se quesito básico – dependendo da área é essencial. Alguns estudos chegam a demonstrar a existência de uma significativa diferença entre os salários dos profissionais que dominam mais de um idioma, daqueles apenas falam sua língua nativa. Portanto, reavalie seu nível de fluência em um segundo idioma, preferencialmente o inglês, e procure estar sempre se atualizando nesse sentido.
Por fim, invista em conhecimentos e informações de ponta, em novas conexões e experiências, além de tudo aquilo que possa trazer benefício direto ou indireto ao seu crescimento. E assuma um eterno compromisso com VOCÊ!
Luiz Scistowski é psicólogo, gerente de transição de carreira na Thomas Case e autor do livro “Como Conquistar e Manter seu Emprego”
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