Segundo uma pesquisa americana, o estresse provocado pela pandemia de Covid-19 – do medo de pegar o coronavírus até a ansiedade imposta pelas restrições – favoreceu o surgimento da síndrome do coração partido. Confira a reflexão feita por César De Lucca, VP Corporate Business e Coach da Thomas Case & Associados.
No momento em que as empresas e seus empregados estão discutindo a volta ao trabalho presencial, temos encontrado diversas formas de trabalho. Alguns querem um trabalho híbrido, outros somente presencial.
É de vital importância para tal decisão que sejam levados em consideração os problemas que muitos profissionais estão enfrentando em seu dia-a-dia em home office. O ser humano é um ser eminentemente social e, o relacionamento com outros é essencial para o desenvolvimento pessoal e profissional, como também para a estabilidade emocional e fundamentalmente da sanidade ocupacional.
Muitos profissionais têm sentido dificuldades em permanecer por longo tempo enclausurados e os sentimentos de angústia, claustrofobia e pânico acompanhados por alguns sintomas parecidos com um infarto, por exemplo, podem ser desencadeados quando uma pessoa passa por um estresse muito agudo — do medo de pegar o coronavírus até a ansiedade imposta pelas restrições — se encaixam na doença conhecida por “síndrome do coração partido”.
Uma pesquisa realizada pela Cleveland Clinic, um conceituado centro médico acadêmico dos Estados Unidos, aponta que o número de casos dessa síndrome aumentou de 1,7% para 7,8% na pandemia causada pela Covid-19. Pessoas têm relatado em consultas médicas e até em pronto socorros estarem sentindo um princípio de infarto. Os sintomas da síndrome do coração partido assemelham-se aos sintomas de um infarto real, dor no peito, pressão no tórax, enjoo, náuseas, entre outros.
Já no ambiente corporativo é essencial para os colaboradores conviverem com seus colegas de trabalho para assim haver um maior entrosamento, trocas de informações, conversas até tomarem um café e/ou almoçarem juntos.
O dilema das empresas – com os colaboradores em casa – é como avaliar e medir o desempenho desses profissionais. Promoções, substituições e políticas de mérito sofrerão dificuldades de implementação com os mesmos em home office.
As empresas e seus empregados terão, logo após o arrefecimento da pandemia, de conversarem e se entenderem sobre qual será a melhor maneira de voltar ao trabalho pseudo “normal”.
As relações entre empregadores e empregados sofrerão modificações após a volta à normalidade e exigirão que todos negociem as atividades, pois para nenhuma das partes interessa que tais distúrbios emocionais atrapalhem o desenvolvimento profissional e organizacional.