Você sabia que as empresas lideradas por mulheres no Brasil estão transformando o ambiente de trabalho com inovações e inclusão, marcando uma verdadeira revolução na liderança? No artigo escrito pelos profissionais da Thomas Case, Vanessa Novais, diretora de transição de carreira, e Gustavo Ferreira, gerente de transição de carreira, você pode conferir exemplos inspiradores de mulheres líderes e descobrir como o Brasil está promovendo a igualdade de gênero no ambiente corporativo.
No Brasil, as mulheres estão conquistando lideranças empresariais, trazendo diversidade e inclusão. Apesar dos desafios históricos, elas progridem em suas carreiras, equilibrando obstáculos e vitórias. Com o avanço da igualdade de gênero, o ambiente corporativo brasileiro está se adaptando e valorizando líderes femininas por suas contribuições inovadoras.
História das Mulheres no Ambiente Corporativo Brasileiro
A trajetória das mulheres no mercado de trabalho no Brasil evoluiu desde o século XX, passando de áreas restritas, como educação e saúde, até uma presença ampla e variada na economia. Os anos 70 e 80, impulsionados pelo movimento feminista, foram decisivos para mudanças legais e na visão social sobre a mulher no trabalho, com a Constituição de 1988 garantindo igualdade de direitos. Contudo, apesar dos progressos, as mulheres ainda enfrentam desafios para alcançar cargos de liderança, como a cultura de dupla jornada e a escassez de políticas de suporte à maternidade nas empresas.
O Crescimento das Lideranças Femininas
As mulheres no Brasil estão avançando em cargos de liderança empresarial, mas ainda enfrentam obstáculos. Estudos mostram um aumento na presença feminina em posições executivas, mas a progressão é lenta. Apesar de ter crescido 17% para 28% em oito anos, segundo a McKinsey e LeanIn.org, e de ter alcançado 31% globalmente, de acordo com a Grant Thornton em 2021, as mulheres ainda lutam contra o “teto de vidro”, especialmente em setores como finanças e tecnologia. No Brasil, elas representam 37,4% dos cargos gerenciais, mas essa presença varia muito regionalmente, sendo maior em centros urbanos. Essas diferenças refletem as desigualdades do país e mostram que, apesar dos avanços, há um longo caminho pela frente para a igualdade de gênero no trabalho.
Desafiando Estereótipos e Quebrando Barreiras
A jornada das mulheres rumo à liderança no Brasil é permeada por obstáculos que vão desde preconceitos e estereótipos de gênero até a dificuldade de conciliação entre a vida profissional e pessoal. O preconceito de gênero, muitas vezes velado, manifesta-se através de dúvidas sobre a capacidade de liderança feminina e a predisposição para cargos de alta responsabilidade.
A cultura corporativa brasileira, ainda marcada por estruturas e práticas tradicionais, pode ser um ambiente desafiador para a ascensão feminina. A falta de flexibilidade nos horários de trabalho e a escassez de políticas de apoio à maternidade e à paternidade são exemplos de barreiras institucionais que impactam negativamente a carreira das mulheres.
Além disso, a “síndrome do impostor” e a menor tendência das mulheres a se autopromoverem ou negociarem salários e promoções em comparação aos homens também são fatores que contribuem para a menor presença feminina em cargos de liderança.
Benefícios da Liderança Feminina
A inclusão de mulheres em posições de liderança traz benefícios tangíveis para as empresas e para a sociedade como um todo. Diversos estudos indicam que equipes lideradas por mulheres tendem a apresentar maior empatia, colaboração e habilidades de comunicação, contribuindo para ambientes de trabalho mais harmoniosos e produtivos. Economicamente, a liderança feminina está ligada a melhores resultados financeiros, pois promove inovação, criatividade e tomadas de decisão mais eficazes.
Pesquisas, como as da McKinsey e do Great Place to Work, destacam que diversidade nas equipes executivas melhora a performance financeira, a satisfação dos funcionários e a atração de talentos. Empresas com diversidade de gênero na liderança também se beneficiam de um melhor posicionamento de marca e responsabilidade social. Estudos globais, incluindo o “Gender 3000” do Credit Suisse, confirmam que uma maior diversidade de gênero em cargos de liderança melhora os indicadores financeiros e de sustentabilidade.
Além disso, líderes mulheres inspiram outras mulheres e meninas, promovendo igualdade de gênero e abrindo caminhos para futuras gerações.
No Board
O cenário brasileiro tem evidenciado mulheres líderes que não só alcançaram êxito em suas respectivas áreas, mas também abriram caminho para futuras gerações de mulheres. Entre essas líderes, destacam-se:
- Luiza Helena Trajano: Presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, uma das maiores redes varejistas do país. Luiza Helena é notável por sua gestão inovadora e por promover ativamente a diversidade e inclusão na empresa.
- Chieko Aoki: Fundadora e presidente da Blue Tree Hotels, uma líder no setor de hospitalidade no Brasil. Aoki é conhecida por sua liderança participativa e por enfatizar o bem-estar de seus colaboradores.
- Cristina Junqueira: Co-fundadora do Nubank, um dos maiores bancos digitais independentes do mundo. Cristina se destaca não apenas pelo seu papel importante no sucesso e na expansão do Nubank, mas também por quebrar barreiras em um setor tradicionalmente dominado por homens. Sua liderança tem inspirado mudanças no setor financeiro e promovido uma maior inclusão de mulheres em tecnologia e inovação.
Esses exemplos ressaltam como a liderança feminina pode conduzir à inovação, responsabilidade social e melhor desempenho econômico nas empresas brasileiras.
Iniciativas e Progresso
O Brasil tem se empenhado em promover a igualdade de gênero nas empresas, com ações de ONGs, associações e o governo apoiando o avanço das mulheres. Apesar de estar em 93º lugar no ranking de igualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial, há progressos notáveis, como os da L’Oréal Brasil, reconhecida por suas práticas de igualdade e inclusão, evidenciados pelo certificado EDGE.
Iniciativas como a Estratégia de Igualdade de Gênero do PNUD também visam integrar a igualdade de gênero em todas as áreas, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Empresas brasileiras estão implementando políticas internas para aumentar a igualdade de gênero, como programas de diversidade e metas de contratação feminina. Contudo, apesar dos avanços, o progresso é lento e requer uma mudança cultural mais profunda, políticas públicas eficazes e um compromisso empresarial contínuo para acelerar a inclusão feminina em posições de liderança.
Perspectiva Futura
A caminhada das mulheres rumo a cargos de liderança nas empresas do Brasil é inspiradora e cheia de desafios. Os progressos mostram uma evolução em direção à igualdade de gênero no trabalho, mas ainda é preciso mais ação para eliminar as barreiras existentes.
Para o futuro, é de extrema importante que o Brasil promova um ambiente de trabalho que valorize a diversidade de gênero, essencial para inovação e sucesso empresarial. Apostar na educação, em políticas mais robustas de igualdade de gênero e em promover exemplos femininos de liderança será chave para uma nova geração de líderes mulheres, mais numerosa e influente.
O sucesso das mulheres em posições de liderança reflete o potencial de toda a sociedade para um futuro mais justo e igualitário, abrindo caminho para que as mulheres não só participem, mas liderem no mundo corporativo do Brasil.